segunda-feira, 14 de maio de 2012

Emicida, Anitelli e liberdade de expressão (?)

Boa tarde, senhores.
Espero que a vida de vocês que não moram na grande Vitória não esteja tão encharcada quanto a de nós Capixabas. Acreditem: a cidade está caótica a ponto de não ser possível atravessar uma avenida. Mas tudo bem. É só fazer nossa parte para que aqueles que não têm teto consigam o mínimo de conforto. Podia dizer ‘torcer’ ou ‘orar’, mas de nada adiantaria, não é mesmo? De qualquer forma, não vamos discutir isso aí não.
Bom, não vim aqui falar sobre isso. A questão é que uma notícia chegou a mim nessa segunda-feira de uma forma que me deixou no mínimo indignada... Dessas que não descem na garganta.
Hoje ouvi uns indigentes que participam indiretamente da minha rotina falando a respeito da prisão do Emicida, aquele rapper que você provavelmente já deve ter ouvido falar alguma vez. Aquele tiradão que tem a língua meio presa e apresenta o 'Sangue B' da MTV, ou o 'Batalha de Rimas'. Aquele carequinha de óculos que vez ou outra aparece na Band com o Thaíde.

Enfim, se você não gosta de Rap e procura ouvir alguma coisa do gênero, te digo: Não comece por ele. Mas no ano passado o cara ganhou o prêmio de Artista do Ano no VMB e deu a seguinte declaração: ‘Estamos promovendo uma reforma agrária na música brasileira’. A partir daí você tira suas próprias conclusões.
Ó, eu não ouço Rap de uma forma relevante, e de fato não conheço tanto assim a história do rap. Vamos ao vídeo que é o assunto principal do post.


Meu objetivo nunca foi direcionar opiniões, e muito menos impor o que eu penso. O cidadão que falava sobre a prisão do rapper citou a frase de Fernando Anitelli, do Teatro Mágico: 'Quem tem medo assimila toda forma de expressão como protesto'. Eu poderia muito bem estragar o que tentei argumentar até agora xingando a mãe desse cara por usar uma frase solta de uma forma tão ruim, mas decidi finalizar esse post com trechos da Constituição de 1988, só pra tirar uma ondinha de intelectual. Na realidade eu não sei merda nenhuma da Constituição, não se enganem.


Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:

V - o pluralismo político

Art. 5
º  - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, liberdade, igualdade, segurança e a propriedade, nos termos seguintes: 

IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;

VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;

IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;


Art 220
º  A manifestação do pensamento, a criação, expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nessa Constituição. 

II - É vedada toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística.

É isso, tenham uma boa segunda. :)

2 comentários:

  1. Não conheço o cara, mas fiquei sabendo dessa história ai. Achei exageradíssimo da parte da polícia prendê-lo, principalmente porque ele não ofendeu pessoalmente ninguém. Acho engraçado que opiniões sobre uma instituição sejam proibidas, mas que o funk(incluindo o proibidão) seja liberado e que todos achem algo normal. Achei também palhaçadinha os pseudo revoltados que vivem da renda de papai e mamãe, mas ficaram recintando os versinhos do cara em solidariedade. Quer ser crítico? Seja todo o tempo, não apenas quando uma pessoa famosa é presa.
    O problema todo é a Constituição não ser respeitada, simplesmente porque as pessoas - me inclua nisso - não a conhecem.
    É isso. Saudações de uma paulista congelada.

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  2. esqueceram de nos dizer que não somos iguais perante os encarregados em fazê-la cumprir (LEI)

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