![]() |
Eu até gostaria de escrever sobre a Marcha das Vadias que aconteceu no último final de semana, mas eis que surgiu algo mais interessante nas últimas 48h. |
Pois é. Eu concordo que existam melhores palavras pra uma moça se referir a seus próprios genitais. Só que a questão é a seguinte: Até quando existirão essas correntes na web que julgam a mulher que decide agir dessa forma?
Um tempo desses também circulava por aí um post com uma foto de senhoritas dançando funk de uma forma bastante expressiva (por assim dizer) e um texto enorme falando sobre como essas mulheres não deveriam esperar serem valorizadas por homens. Sério isso?
Sabe, a gente tá no século XXI. A mulher nunca teve tantos direitos, tanta liberdade de expressão, tanto espaço na sociedade. E de repente começa essa regressão.
Quer dizer que para a mulher ser decente ela não pode descer até o chão quando uma música toca? Quer dizer que se ela escolhe usar um decote pra mostrar o que tem ela não merece respeito? Quer dizer que se ela escreve em um cartaz 'Minha b*ceta é o poder' ela simplesmente perdeu a noção do que é o movimento feminista?
Tranquilo, sobre o cartaz eu realmente achei uma situação meio complicada e tudo mais... Mas e o direito de ir e vir? E o direito de dizer o que bem quiser? Fico imaginando como está a vida social da guria da foto nesse momento. Uns parafraseando o famoso bordão do Dolabella 'Você traiu o movimento, véio' e outros abraçando a causa.
Só penso que esse parâmetro de autovalorização da mulher é uma coisa completamente individual, uma coisa completamente relativa. Como todas as coisas no mundo que dizem respeito ao próximo, é uma questão de respeitar a opinião e o posicionamento que vai contra ao teu. Eu, por exemplo, fico com mais vergonha por mulheres que usam a palavra 'b*ceta' do que mulheres que dormem com rapazes em primeiros encontros. Acho pior uma mulher agir como um rapaz do que se vestir de uma forma propositalmente sensual (e isso inclui mini-shorts e tops florescentes).
Então me diz, o que diferencia uma ninfomaníaca às escondidas de uma dançarina esporádica de funk? O que diferencia uma virgem com pensamentos baixos de uma suposta promíscua? O que diferencia uma Dita Von Teese de uma Bruna Surfistinha?
Se em algum momento dei a entender que criticava o posicionamento dos Carecas que fizeram essa montagem, não me entendam errado, por favor... Eles têm, inclusive, muito mais fluência (e influência, por sinal) para dizer o que pensam do que eu. Aproveitem que estão por aqui e deêm uma conferida na Zine Orgulho 32, que é de extrema relevância.
Bem, concluo o post fazendo alusão à outra canção da própria Valesca Popozuda (a autora da frase do cartaz no início), e afirmo: É minha, é minha, a p*rra da b*ceta é minha.
Até!
Nenhum comentário:
Postar um comentário